domingo, 3 de janeiro de 2016

99. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: OLHAR PARA O PASSADO OU PARA O FUTURO?

Cipriano Luckesi
Contato --- ccluckesi@gmail.com




INTRODUÇÃO

Recentemente recebi uma solicitação de ajuda frente ao fato de que, em uma determinada escola deste imenso país, havia ocorrido o fato de que, chegado o final de ano letivo, excessivas estudantes estavam na condição de reprovadas; então, o staf (direção, coordenação pedagógica, professores) da escola tomara a decisão de promover os estudantes, mesmo diante da carência da aquisição de conhecimentos e habilidades necessários segundo suas idades e séries. “O que fazer diante dessa situação? ” --- era a pergunta que me fora dirigida.

Respondi particularmente à professora que me solicitou ajuda e, então, senti-me estimulado a escrever o texto que ora partilho como todos os leitores deste blog, tentando compreender a avaliação frente à prática de “estar voltado para o passado” e “estar voltado para o futuro”. Afinal, na circunstância citada pela professora, o único caminho possível é estar “no presente e voltado para o futuro”, pois que o passado já está estabelecido.


ABORDAGEM CONTIDA NO PRESENTE TEXTO

No texto, que se segue, indico as circunstâncias pelas quais, usualmente, estamos voltados para o passado e da necessidade de estarmos situados no presente e voltados para o futuro; por último como agir voltado para o futuro, respondendo à solicitação formulada acima.

 A história da educação escolar, do século XVI ao XXI, está marcada pelo nascimento da escola, como a conhecemos hoje (com prédio próprio, organização escolar, staf de profissionais...), como também está marcada pela compreensão de que “o que importa é o passado”, em especial no que se refere às práticas avaliativas.
A pergunta que nós, permanentemente, fazemos a respeito dos nossos estudantes tem sido em torno do tema --- “se eles aprenderam” ---, ou seja, uma pergunta que tem a ver exclusivamente com o passado.

Raramente nos perguntamos se os estudantes podem aprender mais, e melhor. Mais raramente ainda, nos perguntamos se o fato de eles não terem aprendido o suficiente tem a ver com a circunstância da biografia de cada um deles, assim como com a circunstância do sistema de ensino e com a competência e a forma de cada um de nós educadores atuarmos junto a eles; afinal com o sistema de ensino. Desejo tratar desses pontos neste texto.

Iniciemos pelo fato de estarmos voltados para o passado, acreditando que, com o castigo do que ocorreu no passado, gerando a ameaça para o futuro, os seres humanos em geral e os educandos, em nosso caso, investirão no futuro.

A frase mais comum, no presente momento da humanidade, dirigida às crianças e adolescentes em situações nas quais elas não estão alinhadas com o que os pais (adultos) acreditam e desejam, estão comprometidas com uma ameaça: “Caso você continue agindo dessa forma, você vai ver o que vai acontecer com você”; “Se fizer isso de novo, você vai ver o que vou fazer com você”.

Na minha infância, nos idos os anos 1940 e 1950, eu ouvia reiteradamente a seguinte ameaça: “Agindo dessa forma, você vai parar no fogo do inferno”. Eu tinha muito medo de “ir para o inferno, quando morresse”.

Quem não passaria a vida ameaçado com um destino desses e de outros parecidos? Sempre o passado ameaçando o futuro, de modo implacável e definitivo. Nesta circunstância, como fica o imaginário inconsciente especialmente das crianças, mas também dos adolescentes?


RAÍZES HISTÓRICO-SOCIAIS DO MODO DE COMPREENDER E AGIR VOLTADO PARA O PASSADO

Esse modo geral de compreender e agir --- no que se refere à civilização ocidental ---, a meu ver, tem suas raízes nas concepções teórico-práticas e nos modos de ser expressos nos textos bíblicos, assumidos e incrementados pela teologia, assim como pelas pregações e práticas da igreja católica, que tem sido hegemônica ao longo da história ocidental. E, no caso da prática educativa escolar, como veremos, a tradução desse olhar para o cotidiano pedagógico.

Então, vivendo, no seio de nossa cultura judaico-católica, aprendemos que todos nós nascemos no pecado (original) e, portanto, inteiramente comprometidos com o nosso passado, desde o início de nossas existências; fato que sela nossos destinos futuros. Daí a possibilidade permanente da ameaça nos procedimentos educativos, ou seja, nossa vida tem um futuro, todavia, comprometido com o passado desde sua origem de pecado e, pois, de culpa. Culpa sempre prende o ser humano no passado; há que se expiar essa culpa.

Certamente que existem outras tradições históricas que compreendem e atuam de forma equivalente à anunciada acima, ou seja, comprometidas com o passado.

Algumas concepções religiosas orientais, como o budismo e seus derivados, ou ocidentais, como o espiritismo, desenvolveram e utilizaram a compreensão do karma, que, construído no passado, gera uma carga negativa que determina a vida no futuro. Nesse contexto, alguma experiência negativa passada de cada um de nós deverá “ser paga (= compensada) ” em decorrência de nossa ação praticada no passado. Usualmente esse “castigo” ocorre, ou ocorrerá, através de limitações físicas e/ou psíco-espirituais.

No cotidiano, compreende-se comumente como consequência do karma alguma experiência que não caminha bem na vida e, então, nessas circunstâncias, vem a pergunta exclamativa que se encontra na ponta da língua de todos, em nossa vida diária: “Mas, que karma é esse, hein?!”

Transpondo essa compreensão teórica geral --- de que a vida passada determina o presente e o futuro e, de alguma forma, necessita ser compensada, usualmente, por algum castigo --- para o âmbito da avaliação da aprendizagem, aprendemos, ao longo da história moderna da educação, seja ela escolar ou não escolar, que o que importa é o passado do estudante. Se bem-sucedido, aprovado; se malsucedido, castigado com a reprovação. A aprovação decorre da boa conduta no passado; a reprovação é o castigo decorrente de uma conduta não satisfatória do passado. Parece tudo ser tão simples, os resultados parecem depender exclusivamente de um “querer” ou de um “não-querer” do estudante.

Para essa compreensão linear da vida e seus movimentos, não existem circunstâncias determinantes de algum acontecimento; simplesmente dependem do “querer” ou do “não-querer”; no caso do ensino-aprendizagem, o resultado depende exclusivamente do estudante; depende do seu “investimento” pessoal e individual, ou, na outra ponta dessa fenomenologia, do seu “não-investimento”.
Para essa compreensão linear, as circunstâncias biográficas, socioculturais, históricas e organizacionais condicionantes do que ocorre no espaço e no tempo (e, pois, na história) não existem, ou, minimamente, não são levadas em consideração para compreender o passado, o presente e o futuro.

A pedagogia jesuítica --- formulada na tradição católica, expressa na Ratio studiorum, documento publicado em 1599 --- marcou a modernidade inteira no que se refere à educação escolar e ainda marca a ação educativa em nossas escolas no presente momento da história. Nesse documento, está definido que, durante o ano letivo, os estudantes deveriam ser exercitados para aprender, contudo, o nível e a qualidade de suas aprendizagens, tendo em vista a promoção de uma classe para a subsequente, seriam aquilatados pelos recursos dos exames escritos e orais, que ocorreriam ao final de cada ano letivo, assim como pelos recursos de competição e premiação, que ocorreriam em diversas circunstâncias da vida escolar durante o ano letivo.

O professor, em sala de aula, deve acompanhar, orientar e exercitar a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes e registrar os resultados desse processo na “Pauta do professor” (caderneta), segundo as normas da Ratio Studiorum; mas, o que valia mesmo para a promoção de uma classe para a outra --- no nosso caso, hoje, de uma série letiva para a outra --- são os juízos que tem por base os resultados dos exames escolares escritos e orais, que devem ocorrer sempre no final da cada ana letivo. Esses atos examinativos tem por base o passado da aprendizagem do estudante. Ainda que a banca examinadora, que executava os exames do final do ano letivo, devesse ter presente os registros contidos na “Pauta do professor” em relação a determinado estudante, o que pesava para a promoção, ou não, eram os resultados dos exames, escritos e orais.

Ele estava sendo promovido pelo que “já aprendeu” (passado), realidade manifestada como resultado identificado através dos exames escolares. Caso o estudante revele não ter aprendido, não importava olhar para a circunstância do ensino e, então, buscar encontrar novas soluções. Bastava o julgamento final, tendo por base o passado.

Importa observar que a pedagogias formulada e expressa por John Amós Comênio, bispo protestante do final do século XVI e primeira metade do século XVII, originário da Morávia (hoje Tchecoslováquia), assim como a pedagogia formulada e expressa por João Batista de La Salle (canonizado santo pela Igreja Católica), especialmente em sua obra Contuite des écoles cretiennes, publicada na primeira metade do século XVIII, seguem no mesmo eixo de considerações, vinculando a conduta do presente como consequência do passado, sob responsabilidade individual do estudante. Ele individualmente é o responsável pela sua condição de aprovado ou reprovado. As circunstâncias e os cuidados necessários para ultrapassá-las não são levadas em consideração. O olhar permanece restrito à responsabilidade do estudante.

Então, aprendemos isso ao longo da sociedade moderna --- séculos XV e XVI ao momento atual --- que, como circunstância envolvente, determinou a prática educativa escolar, que se encontra em seu seio.

Fomos determinados, ao longo da modernidade, a ter o passado como parâmetro e, em decorrência desse entendimento, acreditamos que só o castigo resolve o futuro. Nesse contexto, aprendemos a viver determinados por um “pecado anterior” ou por um “karma”, que exige reparos (compensações) através do castigo.

Então, hoje, em nossas escolas, agimos e praticamos atos semelhantes, não devido estarmos conscientes de todo esse pano de fundo histórico-social, mas simplesmente devido, historicamente, “sempre” termos agido dessa forma. Foi desse modo que agiram conosco, quando crianças, adolescentes e quando estudantes; agora, professores, repetimos o modelo, agindo de forma equivalente.


OUTRO CAMINHO: OLHAR PARA O PRESENTE E PARA O FUTURO

O outro modo de ser e viver --- diversa do “estar voltado para o passado” --- é compreender que o ser humano se apresenta ao mundo como um “feixe de possibilidades”, o que significa estar voltado para o futuro. “Possibilidades” se atualizam do presente para o futuro, isto é, possibilidades tornam-se atos, como diria Aristóteles; tornam-se reais.

Para aqueles que pensam e agem, entendendo que na origem está o pecado ou, no decurso da vida, se constitui o karma, à medida que possam olhar para o futuro, importa também estar ciente de que, em todas as religiões, Deus está no início de tudo e, como tal, Ele implantou em cada componente da natureza, como da mesma forma em cada ser humano, a semente de todas as possibilidades e, pois, voltadas para o futuro.

O teólogo católico Pierre Teilhard Chardin (1) compreende, dessa forma, o ponto alfa (partida) e o ponto ômega da evolução; sendo o ponto ômega a culminância de todos os processos evolutivos. Deus é o alfa e será o ômega desse processo. Então, onde fica o pecado, como marca do passado?

Para aqueles que não tem os dogmas religiosos como pano de fundo de compreensão da vida, importa compreender que o ser humano, ao ser concebido no ventre materno, se manifesta efetivamente como um feixe de possibilidades, que serão atualizadas (transformadas em ato, em realidade), no caminho do desenvolvimento, que se dá na relação com o outro, compreendendo o “outro” como tudo que nos cerca, seja outra pessoa, seja a natureza física e social. O ser humano, desde a concepção é um ser ativo, seja biologicamente, psíquica ou espiritualmente.

David Boadella, na introdução ao livro Correntes da vida: uma introdução à biossíntese, traduzido e publicado pela Summus Editorial, São Paulo, diz que o ser humano se desenvolve por dois princípios --- pelo “princípio formativo” e pelo “princípio organizativo”. O princípio formativo (feixe de possibilidades) diz que tudo na natureza se desenvolve do simples para o complexo; e o princípio organizativo (na relação com o outro) diz que nada nem ninguém se desenvolve sozinho. E, acrescenta que “o que cura é a receptividade viva de outro ser humano” (2). Bem compreendido esse entendimento, temos que --- na natureza em geral, como no âmbito da vida e, em especial, no âmbito da vida humana --- tudo se desenvolve na interação com o outro. No caso do ser humano, com a nuance de que isso ocorre “pela receptividade de outro ser humano”.

Esse é o pano de fundo que possibilita ao gestor de qualquer ação e, de modo especial ao gestor pedagógico, compreender que tudo, e educando de modo específico, está voltado para o futuro e, então, é nessa direção que deve seguir sua ação. Agir pedagogicamente com “olhar voltado para a futuro”, ciente de que sua ação pode produzir o “milagre da aprendizagem” em todos os educandos, tanto naqueles que apresentam facilidade para aprender, como naqueles que apresentam alguma dificuldade para aprender.


SINALIZANDO UMA SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO EXPOSTA NO ÍNCÍO DESTE TEXTO E PARA OUTRAS SITUAÇÕES

Estudantes não necessitam de ser reprovados, se olhamos para o futuro, seja na atividade pedagógica de ensinar, seja na atividade pedagógica de reencenar “até que aprendam”, desde que todo ser humano é um “feixe de possibilidades”, podendo e devendo atualizar suas potencialidades por meio da aprendizagem. Afinal, o ser humano, em toda a sua existência, da concepção à morte, é a expressão dessa compreensão ontológica: ele aprende sempre, desde que “recebido na receptividade viva de outro ser humano”.

Contudo, para que isso aconteça, há uma condição, desde o início até o seu final: o cuidado do outro. Se a mãe não cuidar do embrião, depois, feto e, depois ainda, bebê, em seu ventre, o novo ser humano não chegará ao mundo. O mesmo ocorrendo após o nascimento e durante toda a vida. Cuidados é a condição do desenvolvimento. E, à medida mesma do desenvolvimento, que se dá no presente, olhando para o futuro, cada ser humano vai ganhando sua autonomia, de tal forma que, da concepção à vida adulta, podemos e devemos observar a trilha de autonomia que cada ser humano vai sendo constituída por meio do desenvolvimento biológico e de suas aprendizagens.

Basta observar a trilha de desenvolvimento de cada um de nós --- como chegamos onde estamos neste presente momento de nossas vidas --- e perceber que fomos sendo constituídos por meio de todos os cuidados que recebemos como de todos os ensinamentos e aprendizagens pelos quis passamos. Somos aquilo que aprendemos, devido outros terem cumprido o papel de “receptividade viva de outro ser humano” para cada um de nós, fator pelo qual estamos aqui, como estamos.

Poder-se-á arguir que, muitos de nós, tivemos dificuldades para chegarmos aonde chagamos. Sem sombra de dúvidas. Mas, chegamos aonde chegamos porque alguém nos deu a mão em algum determinado momento difícil de nossa vida. Por mais agruras que tenhamos passado, nem determinado momento, alguém “nos deu numa mãozinha”, como se expressa na linguagem popular. Para ter consciência disso, basta retomar nossa história pessoal, nossa biografia, e, então, identificaremos múltiplos momentos de nossa existência onde a “receptividade viva do outro ser humano” nos deu “essa mãozinha” e, então, daí, prosseguimos pela vida a fora, ainda sempre na relação com o outro, por vezes, aprendendo ou, por vezes, ensinando, ou ainda, por vezes, ensinado-aprendendo ou aprendendo-ensinado.

Tendo como pano de fundo o “olhar para o presente e para o futuro”, sinalizei e, aqui, repito a sinalização de um encaminhamento para o impasse relatado no início deste texto vou repetir o que afirmei à referida professora.

De um lado, que bom que o staf da escola decidiu pela promoção dos estudantes, que não haviam aprendido o suficiente para a série subsequente. De outro, a responsabilidade por subsidiar todos esses educandos a aprender conhecimentos, habilidades e atitudes, nos quais “ainda” não foram bem-sucedidos, todavia, o serão se receberem os cuidados necessários.

Então, não bastará ter tomado a decisão da promoção, será necessária uma segunda decisão, comprometida coma primeira: “Trabalhar para que efetivamente, no ano letivo seguinte, os estudantes aprendam o que já deveriam ter aprendido e o que deverão aprender na nova série escolar”. Todos dirão: “Mas, isso é impossível”. Com certeza, não será impossível, se o staf dessa escola e de outras com condições parecidas, composto pelo diretor da escola, coordenador pedagógico e professores, conjuntamente assumirem subsidiar uma solução para a situação. Planejar, que significa “definir desejos” e executar, que significa “dar realidade aos desejos”, são os recursos necessários para sanear a situação descrita, como outras equivalentes. Ou seja, transformar possibilidades —todos podem e devem aprender o necessário --- em realidade

Lembrar-se que as possibilidades estão disponíveis e a espera de atualização; para isso, importa ação planejada e consistente, não só como ação do professor isolado em sua sala de aula, mas do staf escolar. Sucesso ou insucesso na aprendizagem dos estudantes de uma escola não é e não será responsabilidade exclusiva do professor em sala de aula, mas, sim, do staf escolar; de todos, afinal.



PARA ALÉM DA SITUAÇÃO CITADA

A solução acima necessita ser a solução do dia a dia, do cotidiano escolar. Não esperar o final do ano letivo para, conjuntamente, tomar decisão semelhante. A solução acima, voltada para o futuro, é emergencial diante de uma situação já existente. Porém ela necessita ser a solução cotidiana, de todos os dias.

Então, o ato de avaliar será nosso aliado, desde que estará nos revelando que nossa ação já produziu --- ou ainda não produziu --- os resultados necessários. A avaliação --- se realizada com adequação epistemológica e metodológica, como uma investigação da qualidade da realidade --- estará constantemente nos revelando se nossa ação está produzindo os resultados desejados ou se ainda há necessidade de mais, e mais, investimentos, tendo em vista atingir os resultados de nossos desejos.

Boa sorte e muitos investimentos de todos os educadores para que seus, e nossos educandos deste imenso país afora, aprendam efetivamente o que necessitam aprender, segundo nossos currículos. Será nossa “receptividade viva” o recuso fundamental para que todos aprendam o que necessitam aprender.

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OBSERVAÇÃO – Na aba direita deste blog, há um índice relativo a todos os artigos aqui publicados. Se o leitor o desejar, poderá recorrer a ele.



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(1) Pierre Teilhard de Chardin foi um padre jesuíta e paleontólogo. Estabeleceu uma síntese entre teologia católica e evolução. Sua obra é um belo poema à vida. Sua obra principal, que produz uma síntese entre teologia e paleontologia, intitula-se “O Fenômeno Humano”; entre outras de suas muitas obras, “A missa sobre o mundo” é uma obra dissertativa, mas um poema na sua força e expressão.

(2) David Boadella é um pesquisador inglês da psique humana, ainda vivo no presente momento, residindo eu Heiden, Suíça, que assume que nós, seres humanos, no decurso da existência, nos desenvolvemos e, quando feridos, nos curamos, na relação com o outro, por isso, afirma que o que “cura é a receptividade viva de outro ser humano”. Todavia, vale relembrar que múltiplos pesquisadores da vida humana, seja do ponto de vista biológico, seja do ponto de vista psíquico ou espiritual, assume compreensão semelhante; senão todos, muitos, tendo como pano de fundo a concepção ontológica formulada por Aristóteles, que diz que toda” potência passa a ato, através da relação com um terceiro em ato”.










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