terça-feira, 18 de novembro de 2014

79 – Avaliação da aprendizagem e atitude proativa IV – “papel da gestão escolar”


Cipriano Luckesi
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OBS - Os artigos 76; 77; 78 e 79 tem uma sequência de conteúdos sobre atitude proativa em avaliação da aprendizagem. Ler na ordem crescente, de 76 para 79.
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Temos falado pouco no papel do gestor, como líder da equipe de uma escola, para que a instituição toda funcione com um único objetivo. Uma instituição deveria funcionar como uma orquestra, onde um líder dá suporte para que todos contribuam para a mesma finalidade, de modo harmônico. Ele está à frente. Sua conduta, se saudável, dará harmonia a todas as outras condutas. Haverá reverberação de sua conduta na conduta dos profissionais que lidera. É uma questão de ressonância.

Nós os pesquisadores da área da avaliação da aprendizagem, temos insistido em novas compreensões do ato e da prática de avaliar, contudo temos insistido pouco no papel do gestor de uma instituição escola como líder desse processo. A prática de avaliar a aprendizagem na escola, com certa adequação conceitual e metodológica, poderá e deverá ganhar um reforço essencial com o investimento da direção de uma escola nessa atividade.

O diretor ou a diretora de uma instituição escolar é o líder da instituição e, como tal, ele dará o tom nesse processo. Necessitará de ser proativo como seus professores deverão ser proativos nesse processo, se efetivamente, desejamos uma mudança nesse padrão de conduta.

Cada professor individual estará atuando sozinho em sua sala de aula, mas o diretor da instituição, se estiver atento, estará liderando todos os educadores da sua instituição para que estejam transitando do ato de examinar na escola (classificar) para o ato de avaliar (diagnosticar e, se necessário, reinvestir na busca de novos resultados). Ou seja, não será este ou aquele educador que estará atuando com avaliação, mas sim todos na sua instituição estarão atuando com avaliação.

Desse modo, a mudança para um novo modo de atuar será do conjunto de uma escola. Para tanto, o(a) diretor(a), como líder do grupo, será fundamental para esse processo de mudança e, pois, para a qualidade do atendimento aos educandos. Todos, sob a batuta do líder, estarão trabalhando para a efetiva aprendizagem de todos os educados dessa escola e não de uns poucos.

Existirão resistências de um ou outro educador em uma determinada escola? Com certeza, haverá, à medida que a proposição de qualquer mudança de conduta, já transformada em hábito cotidiano, fará emergir reações de defesa do modo corriqueiro e padronizado de atuar e, consequentemente, de recusa à uma nova possibilidade de agir.

O modo rotineiro de agir já se encontra incorporado no dia a dia; o novo modo de agir exige adaptações, tentativas. Psicologicamente, no geral, o ser humano funciona dessa forma. Aparentemente, o cotidiano está organizado e não há necessidade de mudanças. Todavia, para praticar avaliação, e não exames em nossas escolas, há a demanda de um investimento de todos os que atuam na instituição. Mas, para tanto, há necessidade de uma liderança que dê o tom à atividade e essa liderança pertence ao diretor e sua equipe.


Então, neste 4º post sobre “Avaliação da aprendizagem e atitude proativa”, vai um convite a todos os diretores de escola deste país para que, em suas instituições, criem condições e liderem uma conduta geral dos seus educadores para se servirem, em sala de aula, dos recursos da avaliação ao invés de estarem operando ainda com atos examinativos, classificatórios e excludentes, fator que tem gerado inúmeros dissabores na prática educativa, seja do ponto de vista individual, seja do ponto de vista coletivo.





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