Cipriano Luckesi
______________________________________________________________________________
OBS - Os artigos 76; 77; 78 e 79 tem uma sequência de conteúdos sobre atitude proativa em avaliação da aprendizagem. Ler na ordem crescente, de 76 para 79.
______________________________________________________
______________________________________________________
Temos falado pouco no papel do
gestor, como líder da equipe de uma escola, para que a instituição toda
funcione com um único objetivo. Uma instituição deveria funcionar como uma
orquestra, onde um líder dá suporte para que todos contribuam para a mesma
finalidade, de modo harmônico. Ele está à frente. Sua conduta, se saudável, dará
harmonia a todas as outras condutas. Haverá reverberação de sua conduta na
conduta dos profissionais que lidera. É uma questão de ressonância.
Nós os pesquisadores da área da
avaliação da aprendizagem, temos insistido em novas compreensões do ato e da prática
de avaliar, contudo temos insistido pouco no papel do gestor de uma instituição
escola como líder desse processo. A prática de avaliar a aprendizagem na
escola, com certa adequação conceitual e metodológica, poderá e deverá ganhar
um reforço essencial com o investimento da direção de uma escola nessa
atividade.
O diretor ou a diretora de uma
instituição escolar é o líder da instituição e, como tal, ele dará o tom nesse
processo. Necessitará de ser proativo como seus professores deverão ser proativos
nesse processo, se efetivamente, desejamos uma mudança nesse padrão de conduta.
Cada professor individual estará
atuando sozinho em sua sala de aula, mas o diretor da instituição, se estiver
atento, estará liderando todos os educadores da sua instituição para que
estejam transitando do ato de examinar na escola (classificar) para o ato de
avaliar (diagnosticar e, se necessário, reinvestir na busca de novos
resultados). Ou seja, não será este ou aquele educador que estará atuando com
avaliação, mas sim todos na sua instituição estarão atuando com avaliação.
Desse modo, a mudança para um
novo modo de atuar será do conjunto de uma escola. Para tanto, o(a) diretor(a),
como líder do grupo, será fundamental para esse processo de mudança e, pois,
para a qualidade do atendimento aos educandos. Todos, sob a batuta do líder,
estarão trabalhando para a efetiva aprendizagem de todos os educados dessa
escola e não de uns poucos.
Existirão resistências de um ou
outro educador em uma determinada escola? Com certeza, haverá, à medida que a
proposição de qualquer mudança de conduta, já transformada em hábito cotidiano,
fará emergir reações de defesa do modo corriqueiro e padronizado de atuar e,
consequentemente, de recusa à uma nova possibilidade de agir.
O modo rotineiro de agir já se
encontra incorporado no dia a dia; o novo modo de agir exige adaptações,
tentativas. Psicologicamente, no geral, o ser humano funciona dessa forma.
Aparentemente, o cotidiano está organizado e não há necessidade de mudanças.
Todavia, para praticar avaliação, e não exames em nossas escolas, há a demanda
de um investimento de todos os que atuam na instituição. Mas, para tanto, há
necessidade de uma liderança que dê o tom à atividade e essa liderança pertence
ao diretor e sua equipe.
Então, neste 4º post sobre
“Avaliação da aprendizagem e atitude proativa”, vai um convite a todos os
diretores de escola deste país para que, em suas instituições, criem condições
e liderem uma conduta geral dos seus educadores para se servirem, em sala de
aula, dos recursos da avaliação ao invés de estarem operando ainda com atos
examinativos, classificatórios e excludentes, fator que tem gerado inúmeros
dissabores na prática educativa, seja do ponto de vista individual, seja do
ponto de vista coletivo.
================================================
Nenhum comentário:
Postar um comentário