137 - LINGUAGEM
COMPREENSÍVEL NA COLETA DE DADOS PARA A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
No texto anterior deste
blog, tratei da questão relativa à “abrangência e à especificidade” dos
conteúdos a serem abordados em um instrumento de coleta de dados para a
avaliação da aprendizagem que decorre de nossas intervenções ensinantes em na sala
de aula.
Nesta oportunidade desejo
tratar da segunda variável a, necessariamente, ser levada em conta na
construção dos instrumentos de coleta de dados para a avaliação da aprendizagem
dos estudantes em sala de aula; no caso, aprendizagem decorrente de nossas
intervenções pedagógicas “de ensino” em sala de aula como professores e
professoras.
No cotidiano de nossas
vidas em nossas variadas relações, no contexto dos processos comunicativos ---
sejam eles comuns ou específicos ---, importa que o nosso interlocutor
compreenda aquilo que perguntamos ou aquilo que expomos, ou seja, importa o uso
de uma “linguagem compreensível”, que facilite o entendimento daquilo que
comunicamos, seja solicitando uma informação, seja oferecendo uma informação
sobre alguma coisa, ato, conduta... Sem esse entendimento, não há possibilidade
do encaminhamento de uma ação subsequente.
No caso da coleta de
dados sobre o desempenho do estudante escolar em sua aprendizagem, tendo em
vista aquilatar sua qualidade, importa cuidado semelhante. Não há como ele
responder a uma questão contida em nosso instrumento de coleta de dados a
respeito de sua aprendizagem, caso não compreenda aquilo que estamos
solicitando.
Recordo-me que --- em
minha vida escolar pregressa, aqui e acolá, em um dia de “prova”, como se
denominava à época a aplicação de um instrumento de coleta de dados a respeito
da aprendizagem do estudante ---, ao chamar o professor e solicitar um
esclarecimento a respeito de uma determinada questão, que não estava
compreendendo, a resposta comum era: “Hoje, não posso responder àquilo que está
me perguntado. É um dia de prova”. Como responder, com adequação à uma pergunta
que não se está compreendendo? De fato, não há como cumprir bem uma tarefa, sem
sua compreensão; de fato, só podemos responder com adequação àquilo que
entendemos.
Essa é a razão prela qual,
em um instrumento de coleta de dados para a avaliação da aprendizagem ---
teste, prova, questionário, tarefa a ser realizada ---, importa o uso de uma “linguagem
compreensível”. Sem compreensão daquilo que se pergunta, não há resposta
possível.
Então, ao professor, à professora,
no processo de elaboração de um instrumento de coleta de dados para a avaliação
da aprendizagem, cabe o cuidado com a linguagem compreensível.
E, mesmo tendo tido esse
cuidado, se, no momento da coleta de dados, o estudante revela não ter
compreendido aquilo que perguntamos ou que colocamos como situação problema, importa
ajudá-lo a compreender aquilo que estamos lhe sendo solicitando. Impossível
responder com adequação quando não se compreende a pergunta ou aquilo que está
sendo solicitado.
Então, no instrumento de
coleta de dados para a avaliação da aprendizagem, cabe o cuidado com uma “linguagem
plenamente compreensível e compatível com os conteúdos ensinados”, a fim de que
o estudante possa ter ciência daquilo que se lhe está pedindo como desempenho em
decorrência de sua aprendizagem.
Sem o cuidado com a linguagem
compreensível, dificilmente, poderemos ter certeza de que o estudante compreendeu
aquilo que perguntamos, ou que colocamos como uma questão a ser respondida.
No próximo texto, abordaremos
a questão da “compatibilidade entre ensinado e aprendido”, como um cuidado
necessário na elaboração de um instrumento de coleta de dados para a avaliação
da aprendizagem. Até lá!
Obrigada por compartilhar conosco tanto conhecimento professor!
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