139 - PRECISÃO
A quarta característica fundamental
que deve se fazer presente em todo e qualquer instrumento de coleta de dados
para a prática da avaliação da aprendizagem é a “precisão”, ou seja, educador e
estudante devem ter a mesma compreensão a respeito daquilo que se solicita em
uma pergunta, em uma questão ou em uma tarefa a ser realizada como expressão da
posse de um conhecimento e de uma habilidade.
A precisão está comprometida
com a “delimitação da conduta” a ser expressa pelo estudante ao responder a uma
solicitação de desempenho que lhe é feita. A precisão está comprometida com o
contorno daquilo que se solicita, como também com o contorno da resposta que
deve ser dada pelo estudante, de tal forma que ele possa demonstrar que
aprendeu aquilo que lhe fora ensinado, ou seja, mostrar que ele adquiriu a
compreensão e a habilidade relativa ao determinado conteúdo que está em pauta
na questão proposta.
Certa vez, em um Seminário,
a respeito da exigência da “precisão” nas questões propostas ao estudante,
através dos instrumentos de coleta de dados para a avaliação da aprendizagem,
ouvi o seguinte relato hilário de um conferencista, mas, ao mesmo tempo,
fundamental.
Dizia o conferencista que
fora perguntado: “Que fez D. Pedro I no ‘Dia do Fico’?” Resposta do estudante:
“Ficou”. Sem a contextualização do conteúdo, todas as respostas são possíveis,
inclusive as jocosas. O leitor deste texto, creio, deve conhecer muitos outros
relatos jocosos, que circulam pelos meios de comunicação, em especial pelas
Redes Sociais, tendo como base a “imprecisão” daquilo que se solicita ao
estudante.
Num diálogo presencial,
facilmente, haveria o esclarecimento daquilo que se pergunta. Todavia, em um
teste escrito, essa possibilidade permanece muito mais remota.
Enfim, “precisão” é uma
característica fundamental de questões elaboradas e propostas aos estudantes em
testes que têm como objetivo investigar a qualidade da aprendizagem.
Sintetizando os quatro
últimos textos publicados neste blog: um instrumento de coleta de dados para a
avaliação da aprendizagem na escola deve ter minimamente as seguintes
características:
(01) abranger
os conteúdos trabalhados no ensino, nem mais nem menos que isso, desde que
importa ter ciência se o estudante aprendeu aquilo que fora ensinado;
(02)
usar linguagem compreensível para o estudante que irá responder as questões
propostas;
(03)
compatibilidade entre ensinado e aprendido em termos de conteúdos e
metodologia;
(04)
precisão na descritiva do desempenho solicitado.
No próximo texto, será
retomada a integração dessas características necessárias a todo instrumento de
coleta de dados para a prática da avaliação da aprendizagem na escola.
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