terça-feira, 9 de setembro de 2014

03 - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM BEM SUCEDIDA

Publicado anteriormente em Blog Terra, em 6/6/2007

            
Vou iniciar por uma compreensão do que seja avaliação da aprendizagem, de um ponto de vista operativo ou operacional. Existem outras perspectivas da avaliação das quais, mais à frente, iremos tratar.

Avaliação, do ponto de vista operativo, em qualquer setor da vida humana, significa um ato de investigar a ação que está sendo realizada, tendo em vista verificar o grau de satisfatoriedade dos resultados, para, se necessário, proceder intervenções corretivas, tendo em vista o resultado final, que desejamos que seja satisfatório. Afinal, em sã consciência, ninguém age para se "dar mal", para não chegar a resultados positivos. Parece que seria insano agir para chegar a resultados insatisfatórios.

Assim sendo, o ato de avaliar se apresenta como um processo de investigar e qualificar a realidade, tendo em vista, se necessária, uma intervenção frente aos resultados finais esperados.

O ato de avaliar se expressa em dois passos: diagnóstico (=conhecer através de dados) e intervenção (=correção de de atividades, tendo em vista os resultados finais desejados).

O diagnóstico, por sua vez, tem dois passos: coleta de dados e qualificação da realidade investigada. A coleta de dados sobre a realidade tem por objetivo descrever como ela é.

No caso da aprendizagem, ela se apresenta como a coleta de dados sobre os desempenhos dos educandos no que se refere às suas aprendizagens. O que se observa através de um teste (caso ele seja satisfatoriamente elaborado) é tão somente a descrição da aprendizagem do educando. Por exemplo, um estudante acertou quinze questões num teste de vinte. Até aqui temos somente a descrição do desempenho.

A segunda pergunta, que tem a ver com a avaliação propriamente dita, é: Que qualidade tem a aprendizagem do educando que acertou quinze questões em vinte? A resposta a essa pergunta depende dos critérios que estamos utilizando para qualificar essa realidade. A avaliação se dá através da comparação da realidade descrita (configurada) com o padrão de expectativa de resultados que temos. E, por sua vez, os critérios dependem dos conteúdos que ensinamos (a área de conhecimento com a qual trabalhamos) assim como da concepção de educação que temos (o ensino-aprendizagem, para nós, tem que significado? Um significado restritivo, como, por exemplo, para o mercado de trabalho? Ou mais abrangente: para o ser humano, que também é um trabalhador?)

O último passo da atividade de avaliar é intervir (caso a intervenção se faça necessária) para que os resultados, que ainda não satisfatórios, venham a sê-los. A qualificação da realidade configurada, decorrente de nossa ação, nas categorias de "satisfatório" e "insatisfatório", obrigam a uma tomada de posição e, consequentemente, a uma intervenção corretiva (caso seja necessária).

Deste modo, o ato operativo de avaliar é um recurso subsidiário da obtenção de resultados bem sucedidos para nossas ações e, no caso da aprendizagem, para que a aprendizagem dos nossos educandos seja satisfatória.

A qualidade do ensino-aprendizagem depende da avaliação, como recurso de investigação do que está ocorrendo, o que dá base para uma intervenção na perspectiva da correção dos caminhos que os resultados estão tomando.

Deste modo, o ato de avaliar a aprendizagem do educando é um aliado tanto do educador quanto do educando para o sucesso do ensino-aprendizagem; e, pois, o sucesso da escola e, consequentemente, do sistema nacional de ensino. Sem avaliação, como um processo de investigar e intervir, não se pode chegar a resultados bem sucedidos.


Cipriano Luckesi





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