sexta-feira, 17 de outubro de 2014

69 - Avaliação dialógica



Texto publicado anteriormente no Blog Terra, em 25/3/09
Cipriano Luckesi 




Recebi uma consulta via internet sobre avaliação dialógica e respondi como se segue abaixo.

Muitas vezes, autores que tratam do tema da avaliação, não cuidam adequadamente de precisar os termos utilizados para tratar do tema. Vou tentar esclarecer os termos envolvidos nesse tema.

De fato, avaliação, para ser avaliação, necessita de ser dianóstica, formativa, dialógica, dialética, etc… O ato de avaliar, em síntese, é uma ato dinâmico a serviço dos melhores resultados possívveis, dentro de um determiando projeto de ação. A avaliação serve à eficiência do projeto.

No caso de sua consulta, de um lado, importa obervar que não existe avaliação bancária, como está citado no texto reproduzido por você. Existe, sim, uma prática de exames escolares que foi confundida com avaliação. Avaliação e exames escolares são coisas diferentes. Venho insistindo nisso nos textos que escrevo, assim como nas conferências que tenho feito.

Por outro lado, uma prática dialógica da avaliação deveria servir a um projeto pedagógico também dialógico. O que vai implicar em compreender o que vem a ser “dialógico”, que é um termo usado pelo professor Paulo Freire, mas intepretado de varidas e múltiplas formas, inclusive por modismo.

Então, se por dialógico se compreende, como em Paulo Freire, a insercão de uma ação pedagógica no contexto sócio-cultural do educando, sob uma ótica democrática, para proceder a avaliação dialógica, haverá que se estabelecer e executar um projeto pedagógico com essas características, o que implicará diálogo com as circunstânicas sócio-culturais onde se dá a prática educativa, assim como implicará, ao mesmo tempo, olhar para o estudante e suas condições pessoais. O que, por sua, vez, implicará num investimento consistente para que o educando e o seu meio social saiam do estado e estágio em que se encontram de vida e desenvolvimento, de uma forma politicamente consciente, assim como consistente.

O perigo está em pensar no dialógico como alguma coisa onde qualquer resultado está bem. A pedagogia do professor Pulo Freire deseja emancipação do ser humano, mas,  para isso, importa em ensino e aprendizagem eficientes. Caso contrário, far-se-á de conta que houve ensino e aprendizagem, em nome de uma pedagogia emancipatório, que, de fato, se não for eficiente, não trará emancipação nenhuma. É fácil dizer — “eu trabalho com a pedagogia do professor Paulo Freire”—, mas é trabalhoso e complexo realizar isso.

Em síntese, avaliação dialógica deverá levar em conta todas as variáveis contempladas no projeto pedagógico dialógico, que implica em ter presente as variáveis determiantes do meio soócio-cultural onde se dá a prática educativa e que interfere nele, assim como as variáveis do educando, na perspectiva de que seja eficiente em seus resultados. Então, a avaliação estará a serviço de um projeto pedagógico comprometido com as variaveis do meio sócio-cultural onde o educnado está inserido, assim como com as variáveis determinantes do modo de ser do educando (pessoal, biológico, psicológico…), na persepctiva de possibilitar a emancipação do sujeito e, ao mesmo tmepo, do meio.

Atenciosamente

Cipriano Lucklesi





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