sexta-feira, 17 de outubro de 2014

70 - Avaliação da aprendizagem e Ratio Studiorum


Texto publicado no Terra blog, em 1/4/2009
Cipriano Luckesi



Recebi uma consulta sobre a relação da Ratio Studiorum, documento da Educação Jesuítica publicado em 1599, final do século XVI, e a avaliação da aprendizagem,^prática proposta e desenvolvida a partir das primeiras décadas do século XX.

A Ratio Sutdiorum, representando a educação católica do século XVI (e posteriores), e a Didática Magna, de John Amós Comênio, representando lado protestante, a partir dos inícios do XVII, configuraram o que venho denominado de exames escolares, que são praticados cotidianamente em nossas escolas.

Os exames escolares tem características diferentes das características da avaliação, como você pode ter apreendido dos meus escritos. Numa palavra, os exames são classificatórios e a avaliação é diagnóstica.

Nesse contexto, você me pergunrta sobre a relação da Ratio Sudiporum com a avaliação, e eu respondo que a Ratio definiu, no século XVI, a prática dos exames escolares, que são classificatórios, presentes de forma predominante ainda hoje em nossas escolas, e a avaliacão da aprendizagem é um conceito do século XX, especialmente a partir da década de 1930, tendo por origem as obras de Ralph Tyler, cuja característica principal é ser diagnóstica, o que implica em intervenção na busca de melhor resultado, o que os exames não fazem.

Exames escolares e avaliação são dois fgenômenso diversos entre si, ainda que parecidos em alguns dos seus elementos, tal como o fato de que ambos exigem uma decrição do desempenho do educando, dai a necessidfade de instrumentos de  coleta e dados através de instrumentros escritos (por exemplo, provas nos exames; testes na avaliação) ou orais (por exemplo, arguição nos exames; entrevista na avaliação).

Mas, só nisso se assemleham, no mais são diversos, como você já deve ter compreendio nos livros que cita ter adquirido.

Sem mais, atenciosamente

Cipriano Luckesi





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Um comentário:

  1. Olá Luckesie. Quero dizer que é muito gratificante ler suas obras, aos quais estão fazendo parte da minha pesquisa sobre Avaliação. Em especial a este fragmento acima quero dizer que o que percebo nas escolas é o uso frequente do termo exame sendo avaliação e avaliação na sua pratica sendo exame. Parece que existe um forte paradigma conceitual que, talvez ou esteja atrelado obviamente a processos histórico.

    Outro fato que me inquieta bastante é no que se refere as avaliações de larga escala, percebo que em nossa formação academica muito estudamos, aprendemos, realizamos leituras e aplicamos na pratica o que é proporcionar uma aula gratificante e se alcance resultados desejados, quero dizer que aprendemos a trabalhar com o lúdico, o questionamento, provocações e diversas formas de ensinar... porém percebo que as avaliações externas parece que quebra esse prazer na sala de aula se tratando de provas extremamente conteudistas além de na minha opinião serem excludentes..

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