Texto publicado anteriormente no Terra Blog, em 17 de junho de 2009.
Cipriano Luckesi
O que se segue é transcrição de um comentário de Cacia Cahem, da
Universidade do Sudoeste da Bahia (UESB), esclarecedor sobre os momentos
históricos que marcaram padrões de conduta no que se refere à avaliação da
aprendizagem. Gostei das considerações que ela fez como comentário de um texto
em meu blog, por isso, passo-o para texto do blog, compartilhando com todos
vocês, leitores deste blog, esses conhecimentos, ao tempo em que agradeço os
comentários e contribuições da profa. Cacia.
"Oi professor, como está o sr, estava sentido sua falta, pois suas
postagens me ajudam bastante nas minhas discussões, e por incrível que pareça,
trabalhando com disciplina avaliação da aprendizagem no Curso de Pedagogia da
UESB, busquei resgatar os momentos em que os processos de verificação da
aprendizagem se configuraram na educação sistematizada.
Na análise realizada caracterizei, quatros momentos:
o 1 iniciado com os exames a partir do século XII quando surgem as
universidades, a perspectiva dos exames orais e como possibilidade de acesso a
graus e títulos, em dois outros momentos mais parecidos com o que ainda hoje
vivenciamos com Comenius e a Ratio Studiorum;
o 2 momento foi caracterizado nos meus estudos de avaliação como medida,
a psicologia apoiada em critérios ditos objetivos busca através da edumetria, da
psicometria, docimologia estabelecer o quanto vale aquilo que aprendemos.
apoiada em Stufllebeam, o 3o momento foi caracterizado como avaliação
como gestão é nesta época que surge o termo avaliação educacional e a avaliação
busca outros elementos embora ainda se configure como exames e medidas e tem
Ralph Tyler como “pai da avaliação) já que segundo Pophan (1983) foi o
primeiro a configurar uma proposta de avaliação. Este período foi caracterizado
em quatro momentos: a) período tyleriano; b) período da inocência; c) período
do realismo; d) período do profissionalismo.
Nos meus estudos configuro o quarto momento em formativo, um movimento
caracterizado assim pelas características apresentadas pelos teóricos e
estudiosos desse momento, que independente do modelo caracterizam a avaliação
como um ato que envolve a informação, a mudança de postura e a tomada de
decisão.
Bem penso que, professor, a grande questão está ai, é necessário esta
ressignificação para entendermos qual é na realidade a função da avaliação na
educação sistematizada.
Penso assim como o sr, que a educação sistematizada e o propósito de
cada nível deve guiar a forma como avaliamos. Uma não avaliação, onde a coleta
de dados é feita aleatoriamente, em nome de uma pedagogia
progressista(equivocadamente), fato este comprovado na minha pesquisa, acaba
sendo tão arbitrário quanto a utilização dos exames somente com o intuito de
excluir.
Gostaria de continuar discutindo com o sr, tenho questionado muito de que forma a avaliação principalmente no ensino superior possa realmente auxiliar no processo de formação do sujeito e consequentemente no trabalho do professor.
Estou tentando configurar uma forma de avaliar os meus alunos, tentando
eliminar alguns pontos enraizados na cultura do curso de pedagogia, aqui no meu
espaço de trabalho: * avaliação em grupo; * avaliação como ensino; * a
utilização de instrumentos, aleatoriamente, que não servem para coleta de
dados; * resultados entregues somente ao término do semestre; * mercantilização
da realização dos instrumentos por parte dos alunos, e outros.
Será que o sr teria disponibilidade para desenvolvermos esta pesquisa
aqui na UESB, ou seja analisar o meu projeto e acompanhar a execução através do
envio dos dados. Caso seja possível entre em contato comigo.
Abraços
Cácia
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